Dave Mustaine sobre o nu metal: ‘Ainda bem que desapareceu’

Quando perguntado sobre o que a música faz pelas pessoas, Mustaine respondeu: “Depende. Se você acredita em todos os ditados sobre música, há vários por aí. O primeiro que me vem à mente com a sua pergunta é ‘a música acalma a fera selvagem’. Eu não sei quem cunhou essa frase, mas é bem precisa, dependendo do tipo de música. Agora, se você toca metal moderno com aqueles caras que não sabem cantar e fazem aquele negócio de gritar, isso faz muito sentido para mim, porque eles não sabem cantar e estão fazendo o melhor com o que conseguem.”

Mustaine continuou: “Houve um período nos anos 2000 em que existiam essas bandas chamadas — acho que era nu metal — e elas não faziam solos. Bem, por que não faziam solos? Porque não conseguiam fazer solos. E graças a Deus esse gênero desapareceu. As pessoas começaram a aprender a fazer solos. Eu diria que, se você está em uma banda de ‘nu metal’, provavelmente teria dificuldade até para tocar ‘Johnny B. Goode’ [clássico do rock and roll de 1958, de Chuck Berry]. Então, fico feliz que isso tenha passado.”

Quando perguntado se há bandas mais novas que ele gosta particularmente, Mustaine respondeu: “Bem, eu gosto de algumas músicas mais antigas porque as coisas novas… Quero dizer, todos os bons acordes já foram usados. E se você pensar na época em que comecei, há 40 anos, o cenário musical não tinha milhões de garotos sentados em casa gravando riffs de guitarra no computador e postando online. Há coisas boas e ruins em tudo, e quando as pessoas fazem música por arte, isso é ótimo. Mas quando você começa a ver esses discos fabricados, nos quais os membros da banda nem tocaram, isso é fraude. Então, eu gosto de bandas que realmente tocam o que fazem.”

“Um dos meus guitarristas favoritos é um dos mais simples do mundo — é o cara do PINK FLOYD, David Gilmour”, explicou Mustaine. “Ele consegue fazer mais com uma única nota do que alguns guitarristas de hoje conseguem fazer com doze. E isso é apenas uma questão de sentimento — sentimento. A guitarra, você a toca, então ela é uma extensão do seu espírito, da sua alma e de como você faz o som acontecer. Se sai algo como [faz barulho de pum], esse tipo de coisa, bem, provavelmente você ainda não criou uma conexão com o instrumento. Tocar um violino… O violino deve ser um dos sons mais terríveis que existem quando você está aprendendo, porque o som dele, passar a resina no arco e todo esse processo é quase tão ruim quanto alguém praticando um instrumento de sopro, como um saxofone ou um clarinete.”

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